1984
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Narrado por:
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Paulo Vinicius Justo Fernandes
Sobre este áudio
Publicada originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é um dos romances mais influentes do século XX, um inquestionável clássico moderno. Lançada poucos meses antes da morte do autor, é uma obra magistral que ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário.
Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro".
Quando foi publicada em 1949, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais - atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução. À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos.
©2019 Editora Schwarcz S.A. (P)2019 Editora Schwarcz S.A.O que os ouvintes dizem sobre 1984
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Geral
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Execução
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História
- Juarecy Junior
- 20/08/2024
Excelente retrato da atualidade
Um retrato da atualidade contemporânea. Apesar de ter sido escrito em 1949 o livro traz focos da realidade atual
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Geral
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História
- Júlio Augusto
- 31/07/2024
Orwell é foda e tem seus detalhes
Acabei de finalizar esse do George Orwell, um livro que sempre me foi recomendado como leitura obrigatória. Como alguém formado em sociologia, encontrei nesta obra elementos e detalhes fascinantes que merecem uma análise mais profunda.
Orwell é genial em sua construção distópica. Conceitos como a "novilíngua", onde o vocabulário é reduzido anualmente para limitar o pensamento das pessoas, e o "pensamento-crime" são brilhantes. Este último, em particular, ressoa fortemente com os cancelamentos virtuais que testemunhamos hoje. O "duplipensamento" é outro conceito intrigante que demonstra a habilidade de Orwell em criar camadas de significado em sua narrativa e que encontramos similaridades com nossa realidade.
No entanto, minha experiência com "1984" foi um misto de admiração e crítica. Como sátira caricata, o livro é excepcional, mas como entretenimento, senti que perdia um pouco o ritmo, especialmente na segunda parte.
Um dos aspectos mais interessantes foi meu profundo desconforto com o protagonista, Winston Smith. Desde as primeiras páginas, percebi nele um personagem covarde em busca de poder. Orwell habilmente cria três camadas de poder - social, ideológica e interna - e Winston é um produto desse controle, uma consequência viva de uma sociedade autoritária.
Winston é um personagem complexo e muitas vezes desagradável. Seus pensamentos sobre estuprar e assassinar Julia, seu desprezo pela ex-esposa, sua atitude em relação às prostitutas e o roubo de comida de sua irmã o tornam um protagonista difícil de simpatizar. No entanto, isso parece ser intencional por parte de Orwell, mostrando como o controle totalitário pode corromper até mesmo a vida íntima dos indivíduos e nos tornando pessoas desprezíveis, novamente, nada distante de nossa realidade.
Por outro lado, Julia emerge como o personagem mais complexo e admirável do livro. Sua sagacidade e habilidade em jogar conforme as regras do sistema, enquanto secretamente o subverte, a tornam fascinante. Fiquei desejando que o livro explorasse mais seu personagem e sua perspectiva.
O relacionamento entre Winston e Julia, embora central para a trama, acaba sendo um dos pontos mais fracos do livro. É retratado de forma quase simplista e vazia, servindo principalmente como pretexto para os eventos da terceira parte do livro.
Em suma, é uma obra-prima da sátira política e social, com conceitos que continuam relevantes nos dias atuais. No entanto, como romance, tem suas falhas, principalmente na caracterização de Winston e no desenvolvimento do relacionamento central. Apesar disso, a genialidade de Orwell em criar um mundo distópico tão vívido e perturbador faz de "1984" uma leitura essencial, especialmente para aqueles interessados em sociologia e política.
Estou ansioso para continuar minha maratona Orwell com "A Revolução dos Bichos" e "O que é fascismo e outros ensaios", esperando explorar mais do pensamento deste autor foda pra caralho!
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