Admirável mundo novo
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Narrado por:
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Alexandre Monari
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De:
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Aldous Huxley
Sobre este áudio
Em uma sociedade organizada segundo princípios estritamente científicos, Bernard Marx, um psicólogo, sente-se inadequado quando se compara aos outros seres de sua casta. Ao descobrir uma “reserva histórica” que preserva costumes de uma sociedade anterior – muito semelhante à do leitor – Bernard vai perceber as diferenças entre esta civilização e a sua – e a partir de um sentimento de inconformismo ele desafiará o mundo. A história de Bernard se passa em um ambiente em que a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar a alienação; um universo que louva o avanço da técnica, a produção em série, a uniformidade contra a diversidade.
Muitas das previsões de Huxley vieram a ser confirmadas anos mais tarde, como a tecnologia reprodutiva, as supostas técnicas de aprendizado durante o sono e a manipulação pelo condicionamento psicológico.
Ao lado de obras como Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, e 1984, de George Orwell, que criticavam os governos totalitários de esquerda e de direita, Admirável Mundo Novo figura na lista dos livros mais relevantes e influentes de todos os tempos. O clássico de Huxley não é somente um hábil exercício de futurismo ou de ficção científica, mas um olhar acerca do autoritarismo no mundo desde que o livro foi publicado, em 1932, e que continua a nos assombrar.
©2014 Aldous Huxley (P)2014 Editora Globo S.A.O que os ouvintes dizem sobre Admirável mundo novo
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Geral
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Execução
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História
- Andreia Pereira
- 12/12/2024
Livro chato
Não sei se foi a narração extremamente infantilizada mas achei o livro chato. Não recomendo.
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Geral
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Execução
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História
- Júlio Augusto
- 24/07/2024
Uma distopia aterradora ou um prenúncio do amanhã?
Talvez eu tenha sido um pouco inconsequente em querer iniciar uma maratona de distopias depois de ler vários livros sobre antropologia, sociologia e história, mas, quem nunca teve o hiperfoco ativado em assuntos tortos que atire a primeira pedra!
Para quem não conhece, 'Admirável Mundo Novo' de Aldous Huxley é uma obra que se destaca não apenas pela sua narrativa envolvente, mas também pela sua capacidade de provocar reflexões sobre o futuro da humanidade e o papel da ciência e da tecnologia no nosso cotidiano e no futuro dela. O livro nos apresenta um mundo onde a liberdade individual é sacrificada em nome de uma suposta felicidade coletiva, controlada por um regime autoritário que utiliza avanços científicos para manter a ordem e o conformismo.
A trama se desenrola em uma sociedade futurista, dividida em castas geneticamente predeterminadas, onde os conceitos de família e moralidade são praticamente inexistentes. Os bebês são concebidos em laboratórios e condicionados desde cedo para se conformarem às normas sociais. A droga SOMA é usada para manter a população em um estado constante de euforia, eliminando qualquer possibilidade de insatisfação ou revolta.
Um fato curioso sobre esse aspecto do livro é que, como professor de sociologia do ensino médio, tive experiências dignas de nota toda vez que tentava explicar para os alunos as teorias de eugenia social do século passado. Todos os alunos ficavam prontos para bravejar e criticar os discursos dos teóricos da época, mas o discurso caía por terra quando eu questionava: "Se eu te falasse que você pode escolher a cor dos olhos do seu filho, o tom do cabelo, e falar que se você quiser ter um filho jogador de futebol para nunca mais ter que trabalhar na vida, você toparia?". Nem preciso dizer que todo mundo respondia "com certeza" e ficavam boquiabertos quando eu apresentava que esses discursos e esse modo de pensar em "eliminar certos defeitos genéticos" são as coisas que nortearam os pensamentos eugenistas e fomentaram as ideologias nazistas. Essa experiência me fez perceber como as ideias de Huxley sobre manipulação genética e condicionamento social ainda são relevantes e provocativas nos dias de hoje.
Os exemplos que Huxley coloca no livro com certeza te fazem ficar em cima do muro sobre se, de fato, esse novo mundo "é tão ruim assim", pois só são problemas para "quem não nasceu nele".
E vou além: ler 'Admirável Mundo Novo' após 'Homo Deus' de Yuval Noah Harari é uma experiência significativamente diferente, enriquecedora e perturbadora. Enquanto Huxley escreveu sua obra em 1932, Harari publicou 'Homo Deus' em 2015, oferecendo uma perspectiva contemporânea sobre o futuro da humanidade. Em 80 anos, vemos como nossas preocupações e esperanças evoluíram, mas também como algumas previsões de Huxley se tornaram assustadoramente plausíveis. Por exemplo, a ideia de Huxley sobre o condicionamento psicológico em massa se reflete hoje na forma como as redes sociais e algoritmos moldam nossas opiniões e comportamentos. Harari aborda a ideia de que estamos caminhando para um futuro onde a inteligência artificial e os algoritmos terão um papel central na construção da nossa realidade. Em vez de uma droga como SOMA, vivemos em uma era onde a superação pessoal e o bem-estar constante são promovidos incessantemente. A internet e os algoritmos moldam nossas experiências diárias, criando uma versão idealizada de nós mesmos, sempre buscando ser a melhor versão possível.
Uma curiosidade fascinante é que a inseminação artificial, um conceito central em 'Admirável Mundo Novo', só foi desenvolvida após a publicação do livro, mostrando a visão profética de Huxley. Ele conseguiu prever com precisão diversos aspectos da ciência e da sociedade que só se concretizariam décadas depois. Os pontos altos do livro incluem a crítica ao fordismo e ao consumismo desenfreado, a descrição detalhada da engenharia genética e a segmentação social. A ironia e o humor presentes na narrativa de Huxley são utilizados com maestria, tornando a leitura não apenas reflexiva, mas também bastante leve.
Em suma, 'Admirável Mundo Novo' de Aldous Huxley não funciona apenas como uma distopia; é um alerta atemporal sobre os perigos de um progresso científico descontrolado e da perda de valores humanos essenciais. Num mundo onde lemos cada vez menos e disciplinas críticas como Filosofia e Sociologia perdem espaço na base escolar dos alunos, as reflexões propostas por Huxley se tornam ainda mais relevantes. Este clássico, especialmente quando lido em conjunto com obras contemporâneas como 'Homo Deus', me convidou a questionar o caminho que estamos trilhando como sociedade. Em uma era de rápido avanço tecnológico, é crucial mantermos nossa humanidade e questionarmos constantemente o preço da nossa 'felicidade' e 'bem-estar'. Como entusiasta da tecnologia, afirmo: a leitura deste livro é uma experiência transformadora que vale muito a pena!
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