Zaranza
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Narrado por:
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Angela Bellonia
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Izabela Pimentel
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De:
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Rita de Podestá
Sobre este áudio
“Tem tanta coisa na vida que é um quase”. Frase de um dos contos de Zaranza, e que também poderia servir para sintetizar o próprio audiolivro. Nestes contos de amores impossíveis, de solidão e de desencontros, tanto seus personagens quanto as coisas ao seu redor estão em permanente estado de “quase”. Os relacionamentos quase dão certo, as coisas são quase dramáticas, quase triviais. Apesar das dores, não há drama nessa linguagem que é, ao mesmo tempo, infantil e ferina, de tão lúcida. O ouvinte sente vontade de rir de certo desajeito constante, mas também percebe uma lágrima quase caindo, de tanto que as pequenas trivialidades parecem se cercar de melancolia.
Instruções para matar pernilongos se misturam à descrição de um abandono que, se de início soa como uma condenação, talvez possa ter sido uma bênção. O início de um amor pode ser como um chute na porta com o mindinho do pé. Já seu fim se aproxima de uma receita de risoto (com shoyu). Tocar violino para surdos pode ser o retrato da mais pura solidão ou de um afeto ainda não experimentado. O vazio de uma morte se parece com uma praia de biscoito de polvilho sem mar.
A forma como Rita conjuga o mínimo com o máximo, desde o mais banal ao mais profundo, faz com que ambos se transformem em seu oposto, o banal se tornando denso e o dolorido se tornando suportável.
©202 Rita de Podestá (P)2024 Audible, Inc.