Salgadinhos, biscoitos, macarrão instantâneo, massas congeladas, refrigerantes e sucos de caixinha: se hoje em dia o mundo tem consciência que esses produtos fazem mal à saúde é graças a uma pesquisa que se iniciou na Universidade de São Paulo, liderada pelo professor Carlos Augusto Monteiro, que criou o conceito de "ultraprocessado". O termo, que hoje está até nos dicionários, refere-se aos alimentos submetidos a processamento industrial excessivo, com adição de sal, açúcar, gorduras, corantes, sabores artificiais, conservantes, com objetivo de se tornarem mais atrativos ao paladar, mas que são pouco saudáveis.

De 2010 para cá muito se descobriu sobre os malefícios desse tipo de alimento para a saúde. Recentemente, o mesmo grupo de pesquisadores da USP realizou um estudo mostrando que a ingestão dos ultraprocessados ​​está associada a um risco aumentado de morte relacionada a doenças cardiovasculares e obesidade, transtornos mentais como depressão e doenças do sono e de diabetes tipo 2.

Para discutir esse tema e também falar sobre as vantagens de deixar os ultraprocessados de lado e investir numa alimentação baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, o Opinião recebe o cientista CARLOS AUGUSTO MONTEIRO, epidemiologista e professor titular do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP e a chef de cozinha, escritora e apresentadora RITA LOBO, que defende o retorno às raízes e a importância de se cozinhar não só para ter uma melhor saúde, mas também um melhor relacionamento com a comida e com a própria cultura.