Eleanor & Park é um livro muito querido e eu entendi muito bem o motivo. E não, anjinhos, esse livro não tem nada da moda clichê que eu esperava. Aquele lance de primeiro amor em que tudo é lindo e super Disney? No! E é por isso que entrou no meu top e vou dar meus motivos à vocês. "Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo." É claro que temos neste post a versão em áudio para quem prefere ouvir minha voz fanha à ler meus posts imensos XD Para isso, é só dar o play ali embaixo. Cara, às vezes eu sinto que me faltam palavras para resenhar esse livro. Num resumo básico, ele seria como qualquer outro livro de adolescente, sem mais, nem menos. Mas o que a autora fez, na minha opinião, mudou tudo. Ela conseguiu me fazer sentir tudo o que os personagens sentiam, como se quem estivesse se apaixonando fosse eu. E melhor do que tudo isso, foi que nenhum dos personagens precisou mudar em nada, fazer nada, simplesmente aconteceu. Assim como a mágica já ocorreu com cada um de nós (a maioria, pelo menos). Todos que leem minhas resenhas sabem que sou coroca e implico muito com histórias de adolescentes vazios. Daqueles sem personalidade, que se apaixonam à toa e mudam tudo em si próprio ou nos outros para ter um mundo perfeito... e ilusório. Neste livro, os protagonistas são adolescentes, com seus problemas de adolês comuns e, ainda que tenham aquele drama básico de muitas vezes não se gostarem, nenhum deles se pressiona tanto por isso ou muda por começar a gostar de alguém completamente diferente. Eleanor é uma garota diferente, que sofre bullying no colégio novo logo de início. Gordinha, ruiva, do cabelo desgrenhado. Usa roupas estranhas e em nenhum momento parou de usar essas roupas. Há todo um motivo para que ela seja desse jeito. Logo que ela entra no ônibus escolar, ninguém quer dar espaço para que ela se sente. Básico. Park, então, o faz. Mas se engana quem acha que essa cena é linda e fofa. Não. Park dá espaço só por ter vergonha alheia. Era melhor que ela se sentasse logo do que ver a algazarra tomar conta no ônibus. "Talvez Park a paralisara usando magia ninja, seu punho vulcano, e estava prestes a devorá-la. Isso seria incrível." Park é um coreano bonito, mas que sofre quase da síndrome da invisibilidade. Isso é o que ele quer. Ser o cara que está entre as pessoas problemáticas/populares e as pessoas que sofrem bullying. Park e Eleanor não se dão logo de início, mas não há falas entre eles que constatem isso. Ele foi rude com ela na hora de dar o lugar, mas nunca mais trocaram palavra alguma. Com o tempo, percebemos o quanto Park repara na Eleanor. Muito mais do que ela repara nele, diga-se de passagem. Ele não vê nada de bonito ou atraente, mas se afeiçoa aos poucos mesmo assim. Sua curiosidade a respeito de Eleanor é que a torna alguém apaixonável para ele. Na minha opinião, esse é o maior charme do livro. A autora pescou todos os pequenos detalhes de se gostar de alguém, além da aparência. Detalhes que ultimamente são esquecidos em quase todos os livros que li nestes anos. Percebam como todos se apaixonam do nada, sem motivo algum, ou o motivo é porque fulano é bonito. E aí fica aquela bosta de triângulo e é isso. O casal fica junto pra sempre ou um deles morre. É uma beleza. Fica sem sal. Sabe o que falta? Aquele ingrediente que separa casais nos dias de hoje quando não é utilizado, aquele que a gente esquece de usar sempre que pode... a paquera. O mistério. O detalhe. Eleanor e Park se apaixonam aos poucos e cada mínima evolução no relacionamento deles me fez prender o ar nos pulmões. Uma olhada diferente, um sorriso. É só o que bastava pra me fazer sentir tudo aquilo de novo. Aquela adrenalina de quem se apaixona pela primeira vez e todo pequeno avanço é delicioso e digno de sonhos. Sabe aquele lance que muita gente sente que quando o casal fica junto o livro vai perdendo a graça?
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