No terceiro episódio da série “Que Papo É Esse?” a gente chega ao Recife, capital de Pernambuco. Através de Eduarda Nunes, do Afronte Coletivo, e Danilo Medeiros, cineasta e diretor do documentário @bregaqueens , vamos entender um pouco sobre como a população LGBTQIAP+ se insere dentro do contexto das artes urbanas que são produzidas diariamente nas favelas e periferias.
Nesse caso, a gente fala a partir de uma ótica sobre a cultura do Bregafunk, mas é uma lógica que se reproduz em maior ou menor proporção em outras culturas urbanas como o hip hop, por exemplo. O fato é que nas periferias não falta acesso à cultura.
Quem vive nelas está o tempo todo criando novas formas de expressões artísticas que, na verdade, são desconsideradas enquanto as culturas que são. As artes periféricas são marginalizadas sob a égide do racismo estrutural que só permite que o brega seja exaltado quando toca em festas de pessoas que não fazem parte do território periférico onde o ritmo foi criado, por exemplo.
A cultura periférica no geral passa pela marginalização e existem grupos dentro delas que ainda sofrem com outros fatores. É o caso da população LGBTQIAP+, que é muito importante na cena do bregafunk, mas que está sempre em uma posição de vulnerabilidade a partir de outras opressões.
O cineasta Danilo Medeiros, que é um homem gay morador de Jardim Piedade, na região metropolitana do Recife, conta que o ambiente digital traz algumas novidades nesse sentido de direcionar os comportamentos das pessoas LGBTQIAP+ na cena do Bregafunk.
Ter o reconhecimento pelo trabalho hoje também passa pela busca por engajamento e isso tem um custo maior quando além das questões de classe, a lgbtfobia também está inclusa no jogo.