Episódios

  • Gente Conversa #50| Mulheres e o mercado de trabalho
    Sep 3 2024
    Não é de hoje que as brasileiras decidiram sair de casa para trabalhar, um espaço de representatividade conquistado com muitas lutas e cansativas jornadas duplas. O resultado é visível. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílio, do IBGE, o ano de 2023 marcou um recorde histórico na ocupação feminina. Foram mais de 43 milhões de mulheres trabalhando. Além disso, nós já ocupamos 38% dos cargos de liderança no país e nosso desempenho traz melhores resultados. Segundo a ONU, empresas com líderes femininas têm resultados até 20% melhores. Mas, apesar do aumento no número total de mulheres ocupadas, a nossa participação no mercado de trabalho ainda é quase 20% menor do que a dos homens. E esse número piora em cargos mais altos ou se considerarmos recortes raciais. Tal disparidade revela um cenário onde as barreiras para a entrada e permanência das mulheres no mercado de trabalho ainda são consideráveis. Elas incluem, por exemplo, a falta de políticas efetivas de apoio à maternidade e a distribuição desigual das responsabilidades domésticas. Segundo o IBGE, as mulheres gastam quase o dobro de tempo semanalmente no serviço doméstico. Além disso, a desigualdade salarial é uma realidade gritante no Brasil. O 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, divulgado em 2024, aponta que nós ganhamos, em média, quase 20% a menos que os homens. Esse dado é particularmente chocante quando se considera que as mulheres são mais escolarizadas. A educação, que deveria ser um fator de equiparação e ascensão profissional, não tem sido suficiente para superar as barreiras de gênero que persistem no mercado de trabalho. Mesmo todos esses números, porém, não contam toda a história. Jú Wallauer reuniu três mulheres incríveis, de diferentes áreas, para entender o que tem de fato, na prática, por trás desses dados: Maira Liguori: Diretora da ONG Think Olga e co-fundadora da consultoria para equidade de gênero Think Eva; Egnalda Côrtes: CEO da Côrtes e Companhia, primeira agência de influenciadores negros da América Latina e Carla Crippa: VP de Impacto e Relações Corporativas na Ambev, criadora do negócio social Água AMA. Vem com a gente!
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  • Gente Conversa #49| Como o brasileiro inspira o audiovisual
    Aug 6 2024
    A gente já sabe. A diversidade é um traço fundamental do Brasil. Somos uma mistura vibrante de cores, etnias, religiões, orientações sexuais e identidades de gênero. A novidade é a mudança significativa em como o audiovisual brasileiro vem retratando essa diversidade nos últimos anos. E como essa representação vem sendo influenciada pela cultura brasileira. Historicamente, a televisão desempenhou um papel fundamental na construção da identidade cultural brasileira. Seja com as novelas que cativam milhões de telespectadores, seja com os programas de variedades que refletem o cotidiano do país, a TV tem sido uma poderosa ferramenta para disseminar valores, promover debates e criar referências culturais compartilhadas. Agora, vemos um movimento contrário: uma crescente influência da cultura brasileira no audiovisual, tanto na TV quanto nas novas mídias. O brasileiro quer se ver na tela em sua multiplicidade. E está conseguindo, sem precisar recorrer à piada ou à caricatura. Essa diversidade de histórias, perspectivas e talentos é cada vez mais valorizada e celebrada, resultando em produções mais inclusivas e representativas. Estamos contando nossas próprias histórias, refletindo e moldando a cultura brasileira. Ju Wallauer conversa sobre como nós, os brasileiros, inspiramos as novelas, filmes e programas de TV feitos no país. E chama para esse bate-papo Rosane Svartman, Autora e cineasta, que assinou novelas como "Vai na Fé" e "Bom sucesso" e é doutora em comunicação; Valéria Beltrão, gerente do Sintonia com a Sociedade, responsável pela pesquisa O Brasil e o audiovisual e Gustavo Poli, jornalista, diretor de programas e conteúdo digital do esporte na Globo, além de colunista d'O Globo
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    52 minutos
  • Gente Conversa #48| Releitura de novelas
    Jul 23 2024
    Novelas que recuperam tramas poderosas do passado não são nenhuma novidade. Recontar histórias é algo muito comum, em qualquer forma de arte narrativa. No teatro, no cinema… e também na televisão. "Mulheres de Areia", por exemplo, mega-sucesso de 1993, era baseada em uma outra novela, exibida 20 anos antes. Essa primeira versão tinha sido inspirada por uma radionovela de 1965. E essa radionovela foi feita com base em um filme de 1946. Se olhar para trás em busca de inspiração não é nada novo, por outro lado é fato que vivemos em um momento particularmente interessado no passado. Segundo o estudo "O Brasil e o Audiovisual", publicado na plataforma Gente, a temática de “nostalgia” ganhou as redes sociais em 2023, com mais de 1,7 bilhão de manifestações digitais: cerca de 10% do total. Não só no Brasil, mas no mundo todo, é uma tendência atual que produtos de entretenimento, principalmente filmes e séries, se aproveitem dessa temática. Essa nostalgia, porém, não deve ser vista apenas como um desejo saudosista de um tempo passado, mas sim como um elo entre o familiar e o novo. Um sentimento que atravessa gerações, unindo o que é conhecido com o que é inesperado. E é nesse equilíbrio entre familiaridade e surpresa que as boas histórias conseguem sobreviver ao teste do tempo. A novidade talvez esteja na preocupação crescente de diretores e produtores em modernizar e atualizar as tramas. Afinal, a verdadeira força das releituras está na capacidade de promover discussões relevantes sobre questões sociais, culturais e políticas atuais. Ao revisitar obras do passado, podemos enxergar novas camadas de significado e encontrar paralelos com o presente, estimulando um diálogo entre diferentes épocas e contextos para pensar o futuro. a Ju Wallauer, conversa sobre narrativas que continuam relevantes depois de décadas – e os desafios de recriar essas histórias. E para isso, conta com Malu Galli, atriz de TV, cinema e teatro. Em "Renascer", faz parte de uma trama que não existiu na versão original da novela; Mauricio Stycer, jornalista e crítico de TV, mestre em sociologia pela USP. Acaba de publicar uma biografia de Gilberto Braga; Gabriel Jacome, diretor de conteúdo da Globo. Foi produtor executivo da versão brasileira do "The Masked Singer" e do "No Limite Amazônia".
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    50 minutos
  • Gente Conversa #47 | Representatividade LGBTQIAPN+ na mídia
    Jun 25 2024
    Muito mudou, mas muito ainda precisa mudar. Desde a década de 60, a batalha por direitos da comunidade LGBTQIAPN+ cresceu e conseguiu resultados, incluindo conquistas reais em diversos países e também no Brasil. A união civil entre homossexuais, o reconhecimento jurídico da identidade de gênero e a criminalização da LGBTfobia são avanços marcantes e confirmam que o caminho é um só: pra frente. A luta, porém, ainda está longe de acabar. Quando falamos de representatividade na mídia, os desafios são notórios. Uma pesquisa recente da empresa Getty Images detalha o problema: apenas 20% dos entrevistados no levantamento global “Visual GPS 2021" afirmaram ver pessoas LGBTQIAPN+ representadas regularmente em imagens. E as que aparecem, muitas vezes aparecem de forma estereotipadas. Por exemplo: • 30% disseram que essas imagens retratam gays de forma afeminada, • 29% que mostram pessoas da comunidade carregando a bandeira do arco-íris, • 29% que retratam mulheres lésbicas como masculinas • e 28% que representam gays como extravagantes. Na TV e no cinema, o cenário da representatividade tem visto progressos, mas ainda enfrenta obstáculos significativos. Existem mais e mais séries e filmes que apresentam personagens diversos em papéis importantes mas seguem existindo, por exemplo, cancelamentos inexplicáveis. O mesmo pode ser dito da publicidade, onde os anúncios com casais do mesmo sexo ou pessoas transgênero são escassos, correndo o risco de parecerem oportunistas. a Ju Wallauer busca entender o que realmente conquistamos até aqui e o que ainda precisa ser conquistado na televisão, no cinema e na publicidade. E para isso, conta com a ajuda de Cris Naumovs: CEO da Unah, é consultora de criatividade e inovação e ex-diretora de redação da Cosmopolitan; Beta Maria: gerente de conta na Soko, trabalha também com inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ no mercado publicitário e Thiago Guimarães: especialista em cultura pop, produz vídeo-ensaios sobre cinema, TV, quadrinhos e literatura no YouTube "Ora Thiago".
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    44 minutos
  • Gente Conversa #46| Ça va Paris
    May 28 2024
    Nas margens do Rio Sena… Embaixo da Torre Eiffel… Nos gramados do Palácio de Versalhes… O cenário pode parecer o de um filme romântico… ou de época. Mas em breve será palco mesmo do maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos de Paris. E, assim como 100 anos atrás, quando a Cidade Luz sediou as Olimpíadas pela última vez, vai ser histórico. Se em 1924 o mundo ouviu a primeira transmissão radiofônica das provas, 2024 será a primeira edição na era da inteligência artificial. A experiência dos espectadores e dos próprios atletas promete ser mais imersiva do que nunca, com análises de desempenho em tempo real e interações digitais. Mas mais do que a tecnologia, é a sustentabilidade e a diversidade que dão o tom dos Jogos. Com uma abordagem focada em um legado duradouro, os organizadores das Olimpíadas de Paris buscam não apenas celebrar o presente, mas também deixar um impacto positivo para as futuras gerações. No meio de tudo isso, claro, a estrela é o esporte. E os milhares de atletas para quem cada momento nos Jogos Olímpicos representa a realização de um sonho, depois de anos de dedicação, sacrifício e perseverança. A expectativa é grande também para os atletas brasileiro, depois de um recorde histórico de medalhas nos Jogos de Tóquio, em 2021, uma competição que ficou marcada pela pandemia de Covid-19. Mas e aí? Quais as nossas maiores chances de medalha e nossas maiores decepções? Como a cobertura de um evento dessas proporções vem mudando com a tecnologia e as redes sociais? E como as cobranças sobre minimização de impacto social e ambiental vão pautar os Jogos? Pra debater tudo que gira em torno dos jogos Olímpicos de Paris, Ju Wallauer, reuniu um time que vale por uma delegação olímpica inteira: Marcelo Barreto: jornalista e apresentador brasileiro, comanda os programas Redação SporTV e Ça Va Paris, no SporTV, e é colunista d'O Globo; Marcela Zaiden: gerente de grandes eventos de esporte na Globo e Guilherme Costa: Jornalista especialista em esportes olímpicos, comentarista dos programas Mais Você, Redação SporTV e Ça Va Paris.
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    53 minutos
  • Gente Conversa #45| A moda da moda sustentável
    Apr 30 2024
    Poucas questões atuais preocupam mais as pessoas do que as mudanças climáticas. Por isso mesmo, cada vez mais as empresas são cobradas por incorporarem processos menos agressivos ao meio ambiente e a investirem em ações de impacto ambiental. A moda não poderia ficar de fora, claro, afinal é uma das indústrias mais poluentes do planeta. Segundo dados da ONU, a indústria da moda é a segunda maior consumidora de água do mundo, atrás apenas da agricultura, é responsável por algo entre 2% e 8% das emissões de gases de efeito estufa, e é a maior geradora de microplásticos, que acabam virando poluição nos oceanos. Não é pouca coisa. Mas também já está claro que poluir o planeta está ficando demodê. O papo mais antenado nas semanas de moda mundo afora, seja em Paris ou em São Paulo, é sobre sustentabilidade – sobre tecnologias, materiais e formas de produção que diminuam o impacto ambiental das nossas roupas. As mudanças estão também na boca do povo. Diversas pesquisas recentes mostram como os consumidores, principalmente os mais jovens, estão cada vez mais preocupados em comprar itens que respeitem critérios de sustentabilidade – estando dispostos até a pagar mais por mercadorias ecológicas. Entre a alta costura com materiais ultra tecnológicos, a busca por fazer roupas de baixo impacto ambiental mais acessíveis e o incentivo a práticas como comprar em brechós, a moda, assim como várias outras indústrias, busca encontrar um caminho para coexistir com o meio ambiente. Ju Wallauer hoje vamos conversar com pessoas que pensam e fazem moda sustentável para entender o que tem sido feito pela indústria da moda para abandonar a nada desejada marca de ser uma grande poluidora. E os convidados são: André Carvalhal: autor e especialista em design para sustentabilidade. Escreveu o livro "Moda com Propósito" e foi apresentador do GNT. Flavia Aranha: estilista pioneira em criar moda sustentável no Brasil, com roupas em tingimento natural e outras técnicas artesanais. Daniela Garcia: CEO do Capitalismo Consciente Brasil, articuladora de negócios entre segundo e terceiro setor, especializada em impacto socioambiental.
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    49 minutos
  • Gente Conversa #44 | Diversidade de Corpos
    Dec 5 2023
    Existem uma variedade de formas, tamanhos, cores, idades, habilidades e identidades de gênero entre os seres humanos. É o que chamamos de diversidade de corpos. Reconhecer e celebrar essa diversidade é crucial para promover a inclusão, a igualdade e o respeito por todas as pessoas, independentemente de como elas se apresentam fisicamente. Pessoas gordas, ou com corpos maiores, muitas vezes enfrentam estigmatização e discriminação devido ao seu tamanho, um reflexo de normas de saúde estreitas e padrões inatingíveis de magreza. Pessoas com deficiência também fazem parte dessa diversidade: ter um corpo que funciona de forma diferente não as torna menos dignas de respeito e consideração. Além disso, muitas pessoas não se identificam estritamente como homem ou mulher. E essa diversidade de identidades é um aspecto importante da nossa sociedade: pessoas transgênero, não binárias e de gênero fluido têm corpos que podem não se conformar às expectativas tradicionais de masculino ou feminino. Promover a diversidade de corpos não significa apenas reconhecer a existência dessas diferenças, mas também combater o preconceito e a discriminação que muitas vezes afetam as pessoas com base em seus corpos. Para isso, é precisamos entender a importância da aceitação e do respeito, bem como defender políticas e práticas que promovam a igualdade. É importante lembrar que a diversidade de corpos não é uma questão de aparência, mas sim uma questão de dignidade e direitos humanos. Afinal, celebrar uma variedade de aparências e identidades ajuda a quebrar estereótipos e a criar um ambiente onde todos se sintam valorizados e aceitos. Ju Wallauer reuniu pessoas incríveis para conversar sobre representatividade, combate à discriminação, autoestima e saúde mental. A conversa conta com Nana Datto, Líder do grupo de afinidade de pessoas com deficiência da Globo, palestrante corporativa e autora do ebook ”Descomplicando a inclusão”; Bielo Pereira, influenciadora digital e apresentadora intersexo. Se identifica como bigênero, negra e pessoa gorda e Flávia Durante, Comunicadora e idealizadora do Pop Plus, maior feira de moda plus size do mundo.
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    51 minutos
  • Gente Conversa #43 | Consumidores negros
    Nov 17 2023
    Segundo dados do Censo de 2022, 56% dos brasileiros se autodeclaram pretos ou pardos. Mas, embora sejam a maioria da população, foi só nos últimos anos que muitas marcas direcionaram seus esforços de pesquisa e desenvolvimento para atender necessidades específicas das pessoas negras. É verdade que isso resultou em avanços na representatividade. Ao mesmo tempo, o consumidor negro é diverso e multifacetado, abrangendo uma ampla gama de identidades e experiências. Quer dizer: a simples criação de produtos e serviços não é suficiente para abordar todas as nuances desse mercado. Para dar conta de todas as camadas, dimensões e complexidades do consumo da população negra brasileira, é precisa considerar não apenas a oferta de produtos, mas também a criação de ambientes que reconheçam a riqueza da cultura afro e promovam o crescimento de empreendedores negros. Essa ideia foi um dos pontos de partida de um estudo realizado pelo Sintonia com a Sociedade, da Globo, em colaboração com pesquisadores negros. Intitulada "O que falta para reinar? As Dimensões do Consumo Afro-Brasileiro", a pesquisa mostrou, entre outras coisas, como a discriminação racial tem levado a mudanças nos hábitos de consumo das pessoas negras. A comunicação de marca autêntica, a promoção do afro-empreendedorismo e o reconhecimento das diversas camadas desse mercado são passos importantes para criar um ambiente mais inclusivo e equitativo, promovendo um progresso sustentável rumo à igualdade racial. Ju Wallauer reuniu três mulheres incríveis que pensam a negritude, o empreendedorismo e a publicidade em uma conversa sobre a potência do consumo para e pela população negra: Nalui Mahim, analista de pesquisa de mercado na Globo, integrante do Sintonia com a Sociedade, e professora de comunicação na UFF; Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e do PretaHub, empreendedora social e especialista em economia criativa e Anna Cristiana Almeida, gerente de marca na Globo, especialista em marketing e diversidade, também é escritora e doutoranda em história.
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    51 minutos