Episódios

  • #185 – A literatura e a sensibilidade de Virginia Woolf
    Sep 13 2024
    “Mrs. Dalloway disse que ela mesma iria comprar as flores”. Temos aqui um dos começos mais célebres da literatura na tradução de Claudio Alves Marcondes. Clarissa Dalloway compraria flores em algum canto daquela Londres de um século atrás para a festa da noite. É esse dia na vida da personagem que está em “Mrs. Dalloway”, um dos principais romances da língua inglesa e o mais famoso de Virginia Woolf. Autora também de obras como “Orlando”, “Ao Farol” e “As Ondas”, Virginia é uma das gigantes da literatura no século 20. Nome incontornável do modernismo, essa britânica que nasceu em 1882 e morreu em 1941 costuma ser lembrada pela forma como explora a consciência de seus personagens. Há quem se intimide diante dos romances de Virginia. Mas não tenhamos medo. A ideia do papo com Mell Ferraz é mostrar caminhos para se entender com a obra da autora. Mell é formada em estudos literários pela Unicamp e mestre em estudos da literatura pela Universidade Federal Fluminense, onde fez pesquisas sobre o fluxo da consciência na obra de Virginia Woolf. Desde 2010 que a Mell toca o Literatura-se, canal de incentivo à leitura e à literatura que está no Youtube e em outras redes sociais. As marcas da escrita da Woolf, a mulher por trás da artista e outras vertentes de sua obra, como a Virginia ensaísta, também foram assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
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    46 minutos
  • #184 – Em defesa da ficção: papo com Ligia Gonçalves Diniz
    Aug 30 2024
    “Se toparmos um leve exagero e aceitarmos que a leitura é uma experiência suavíssima de alucinação, nos perguntamos: quantas vezes nós, mulheres, alucinamos ser homens? E que espécies de aventura – muitas delas interditas a nós na vida real – vivenciamos na pele virtual deles? Por meio da nossa imaginação, homens ficcionais existem, e carregam efeitos dessa existência para nossas vidas concretas”. Retiro o trecho da apresentação de “O Homem Não Existe”, livro que a pesquisadora, doutora em literatura, professora e crítica literária Ligia Gonçalves Diniz acaba de publicar pela Zahar. O livro é um longo ensaio no qual Ligia mostra ao leitor como busca compreender e, de alguma maneira, vivenciar a masculinidade por meio da ficção. Sexualidade, raiva e beleza (ou feiura) são alguns dos assuntos pelos quais a autora passa enquanto se debruça sobre obras de autores como Albert Camus, Philip Roth, Roberto Bolaño, Herman Melville, Dante, Graciliano Ramos e Homero. Mas nem só de homens se faz a bibliografia de Ligia. Estão por lá autoras como Susan Sontag, Anne Carson e Audre Lorde. Indo além das letras, há acenos improváveis a músicas de grupos como Art Popular e Engenheiros do Hawaii ou a filmes como “Crepúsculo”. “O Homem Não Existe” também é uma argumentação sobre viver outras experiências por meio da arte. Conversei com Ligia a respeito desse deslocamento numa época em que tantos buscam por espelhos no papo que vocês ouvirão a seguir. Os amores proibidos, as paixões assumidas e a relação entre obra, autores e leitores também foram assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
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    1 hora e 4 minutos
  • #183 – A literatura árabe contemporânea: papo com Safa Jubran
    Jul 5 2024
    Quais são as obras e os autores que você conhece da literatura árabe? Sim, eu sei que “As Mil e uma Noites” veio à cabeça. Mas tentemos ir além do clássico. Para conversar sobre essa tradição literária, ou as tradições irmanadas por uma língua em comum, que convidei Safa Jubran para o papo desta edição do podcast. Safa é libanesa e vive no Brasil desde a juventude. Pesquisadora e professora as USP, é um dos grandes nomes no país quando o assunto é cultura árabe. Como tradutora, Safa verteu para o português autores importantes da literatura árabe contemporânea. Coube a ela passar para a nossa língua títulos como “Porta do Sol”, do libanês Elias Khoury. “Tempo de Migrar para o Norte”, do sudanês Tayeb Salih. “Homens ao Sol”, do palestino Ghassan Kanafani. “Damas da Lua”, de Jocka Alharthi, autora do Omã que venceu o Internatiuonal Booker Prize em 2019. E “Detalhe Menor”, romance que em outubro fez sua autora, a também palestina Adania Shibli, ser alvo de uma truculência promovida pela Feira do Livro de Frankfurt. Conversamos a respeito disso no papo que vocês ouvem a seguir. A conexão entre arte e política, a diversidade dessa literatura e caminhos para quem quer começar a conhecê-la melhor também são assuntos desse papo com Safa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ Crédito da imagem usada na arte do podcast: Jebulon, Public domain, via Wikimedia Commons.
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    50 minutos
  • #182 – Como lidar com os clássicos: papo com Amara Moira
    Jun 21 2024
    Livros clássicos. Eis um assunto que perambula pela cabeça de praticamente todos os leitores. Mas como lidar com essas obras que fundamentam o que entendemos como produção artística de qualidade? Como encará-las sem subserviência ou aplausos fáceis? Como confrontá-las com olhares contemporâneos? Quais são os papéis e os direitos de qualquer leitor? Novas leituras, leituras não canônicas, digamos, também são permitidas. Afinal, como lidar com os clássicos? É a pergunta que norteia esta edição do podcast. A conversa é com Amara Moira, doutora em teoria e crítica literária pela Unicamp. “Ulysses”, de Jamos Joyce, foi o livro estudado em sua tese. É um dos clássicos fundamentais no nosso papo e na caminhada de Amara com a literatura. Autora de “E Se eu Fosse Puta” (n-1 edições) e de “Neca + 20 Poemetos Travessos” (O Sexo da Palavra), foi Joyce que deu uma força para que Amara pudesse ter as próprias ousadias com a linguagem em sua literatura. Sim, também falamos sobre a importância dos clássicos para a produção contemporânea. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
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    1 hora e 11 minutos
  • #181 – Coleção Vaga-Lume, Murilo Rubião e outras histórias: papo com Jiro Takahashi
    Jun 7 2024
    Jiro Takahashi é um dos maiores nomes da história do mercado editorial brasileiro. Já faz quase 60 anos que Jiro se dedica à edição de livros. Nessas décadas, passou por editoras como Ática, Nova Fronteira, Ediouro, Editora do Brasil e Global, além de ter sido um dos fundadores da Estação Liberdade. Muita gente fundamental na literatura brasileira passou pelas suas mãos. Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade, por exemplo. Murilo Rubião, um dos meus favoritos, foi revelado num dos muitos trabalhos de Jiro. Ele fala sobre o peculiar autor de “O Pirotécnico Zacarias” no papo a seguir. Jiro costuma ser lembrado sobretudo pelas coleções que ajudou a criar. Ele é uma das cabeças por trás de tesouros da história literária brasileira, como a Nosso Tempo, a Para Gostar de Ler e sobretudo a Coleção Vaga-Lume. Sim, também conversamos sobre bastidores dessa série de livros pensados para jovens que até hoje mexe com as melhores lembranças de muitos leitores. No começo de maio, Jiro Takahashi recebeu o troféu Contribuição ao Mercado Editorial do Prêmio PublishNews. É mais um reconhecimento pela admirável carreira. O papel de um editor, os caminhos para a formação dos leitores e alguns dos livros fundamentais da vida de Jiro também foram assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ **A foto de Jiro usada na arte do podcast foi feita por Jedson Santos para o Publishnews
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    1 hora e 8 minutos
  • #180 – Por que o livro custa o que custa no Brasil?
    May 24 2024
    Já faz alguns anos que temos visto o preço do livro subir bastante. Inflação, alta do dólar e preço internacional do papel são alguns dos elementos que ajudam a explicar esses aumentos. A recuperação de um preço represado por muitas editoras durante longos anos e toda a complexa cadeia de profissionais envolvidos direta ou indiretamente na produção de qualquer livro são outros pontos que precisamos ter em mente. Sei que essa é uma questão que aflige muitos leitores. Sei também que são muitos os editores que gostariam, de verdade, de oferecer um produto mais barato. Custos e, consequentemente, preços, no entanto, não dependem apenas de nossas vontades. Para conhecer melhor o que está por trás do preço que pagamos num livro que convidei Nathan Matos para um papo. Nathan é o fundador da editora Moinhos, um dos editores da Moby Dick, especializada em quadrinhos, e há 20 anos toca o Literatura Br, espaço na internet dedicado aos livros que em 2021 também virou um podcast. Espero que a conversa ajude a deixar mais claro tudo o que está por trás dos preços que encontramos pelas livrarias. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
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    40 minutos
  • #179 – Como a ficção molda o nosso olhar para a realidade?
    May 10 2024
    De que forma a literatura molda aquilo que entendemos como realidade? Essa é uma pergunta que atravessa os ensaios de “Sobre Literatura e História – Como a Ficção Constrói a Experiência”, livro que Júlio Pimentel Pinto acaba de publicar pela Companhia das Letras. Júlio é professor no departamento de história da Universidade de São Paulo e pesquisa há quase 40 anos a relação entre nosso passado e a ficção, com um olhar especialmente dedicado à América Latina. Não surpreende que nesse novo livro se debruce sobre a obra de nomes como Juan Carlos Onetti, Milton Hatoum, Octavio Paz e principalmente Jorge Luis Borges e Ricardo Piglia, suas obsessões. Júlio também é autor de títulos como “Uma Memória do Mundo” (Estação Liberdade) e “A Pista & a Razão” (e-galáxia). Na apresentação de “Sobre Literatura e História”, escreve: “Ficção e história não são a mesma coisa. Uma não substitui a outra, até porque precisamos de ambas para interpretar o passado, para pensar sobre o presente, para inventar o futuro”. É o que está no centro do papo que batemos. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
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    56 minutos
  • #178 - Passeio pela literatura japonesa contemporânea – papo com Rita Kohl
    Apr 26 2024
    Uma enrascada: a vontade de ler, conhecer novos autores e se aprofundar em determinadas literaturas é sempre muito maior do que o tempo que temos para explorar todos os universos que desejamos. Boa parte dos leitores também sofre com isso, eu sei. A literatura japonesa está entre aquelas que eu gostaria de dar mais atenção. Seria legal ir além dos autores que já curto, como Yukio Mishima e Yoko Ogawa. Para compreender um pouco melhor a literatura japonesa contemporânea que convidei Rita Kohl para uma conversa. Rita é tradutora que já verteu para o português nomes como Sayaka Murata, autora de “Querida Konbini” e Haruki Murakami, eterno candidato ao Nobel de Literatura. Murakami é um dos assuntos do nosso papo. Outro livro traduzido por Rita é “Museu do Silêncio”, um dos meus favoritos de Yoko Ogawa. Também pesquisadora, Rita é formada em letras pela USP e fez mestrado no Departamento de Literatura Comparada e Cultura da Universidade de Tóquio. O interesse pela cultura japonesa, alguns nomes atuais dessa literatura que merecem a atenção do leitor e particularidades de verter para o português um idioma tão distante do nosso também são assuntos do nosso papo. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
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    48 minutos