Episódios

  • TEXTO SENTIDO 034 - Estação Dezembro
    Dec 13 2021

    O embarque compulsório de todos nós que vamos atravessar a fronteira que nos separa de um ano novo que está para chegar.

    A Estação Dezembro está aí.

    Venha com a gente o quanto antes em mais este episódio do Podcast Texto Sentido escrito e interpretado por Antônio Viviani.

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    Estação Dezembro

    Atenção, Senhores passageiros, sejam bem-vindos à Estação Dezembro. Senhores passageiros, que somente agora souberam de nossa viagem, preparem-se para algumas informações úteis antes do embarque. Nossa partida começou no dia 1º e muitos já embarcaram. Todos que aqui estamos temos dividido os momentos vividos durante o ano. Alegrias, tristezas, conquistas, derrotas, ganhos e perdas. Ao embarcar saiba que as suas experiências serão muito importantes quando compartilhadas, mesmo que somente para uma única pessoa. Bem como você também se sentirá muito melhor ao nos ouvir. Para seu conhecimento não haverá como não embarcar até às 23 horas e 59 minutos do dia 31. O embarque é compulsório. A palavra de ordem à bordo é COMPARTILHAR. Venha o quanto antes dividir o que viveu e o que pretende viver quando desembarcarmos na Estação Ano Novo. Desejamos a todos uma boa viagem! A'Viv

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  • TEXTO SENTIDO 033 – Vou-me embora pra Pasárgada
    Sep 29 2020

    Episódio super especial do nosso podcast, este de número 033.

    Texto e interpretação de Manuel Bandeira pra todos embarcarmos junto com ele a este lugar que só poderia existir na mente do grande poeta.

    Vamos ouvir? Vamos sentir?

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    Vou-me embora pra Pasárgada

    Vou-me embora pra Pasárgada
    Lá sou amigo do rei
    Lá tenho a mulher que eu quero
    Na cama que escolherei

    Vou-me embora pra Pasárgada
    Aqui eu não sou feliz
    Lá a existência é uma aventura
    De tal modo inconsequente
    Que Joana a Louca de Espanha
    Rainha e falsa demente
    Vem a ser contraparente
    Da nora que nunca tive

    E como farei ginástica
    Andarei de bicicleta
    Montarei em burro brabo
    Subirei no pau-de-sebo
    Tomarei banhos de mar!
    E quando estiver cansado
    Deito na beira do rio
    Mando chamar a mãe-d’água
    Pra me contar as histórias
    Que no tempo de eu menino
    Rosa vinha me contar
    Vou-me embora pra Pasárgada

    Em Pasárgada tem tudo
    É outra civilização
    Tem um processo seguro
    De impedir a concepção
    Tem telefone automático
    Tem alcaloide à vontade
    Tem prostitutas bonitas
    Para a gente namorar

    E quando eu estiver mais triste
    Mas triste de não ter jeito
    Quando de noite me der
    Vontade de me matar
    — Lá sou amigo do rei —
    Terei a mulher que eu quero
    Na cama que escolherei
    Vou-me embora pra Pasárgada.

    Manuel Bandeira

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  • TEXTO SENTIDO 032 – Estou indo buscar a Primavera…
    Sep 21 2020

    E chega a estação mais linda de todas.

    E com ela mais um episódio do Podcast Texto Sentido com um texto lindíssimo de Paulo Ribeiro que vamos ouvir e sentir na voz de Antônio Viviani.

    Venha você também buscar a Primavera junto com a gente!

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    Estou indo buscar a Primavera…

    Quando um pedaço de terra frio e sem vida deixar brotar das suas entranhas uma pequena semente, e esta irromper o cascalho que a segurava para ‘enxergar’ a luz brilhante e vívida.

    Fazendo brilhar com ela novas expectativas, face o equilíbrio do seu equinócio.

    Isso sim, é Primavera!!!

    Um convite ao que há de mais belo, a natureza em festa com suas flores e perfumes, e o céu de anil intenso nos convida a apreciá-lo mais de ‘perto’.

    Vai embora o cinza, o recolhimento onde a natureza resistiu aos tempos secos e à letargia, dando espaço ao acasalamento, reprodução, fertilidade e beleza.

    A natureza desabrocha e se enfeita para nos mostrar que um novo ciclo se instaura.

    A nova estação chega assim, com promessa de luz, de brilho, de aromas renovados, de cantos de pássaros namorando no alto das árvores,
    de vento levando pólen para fertilizar os campos e de borboletas ligeiras com tantas flores para pousar.

    Quão inteligente e sábia é a natureza, pois, ela nos ensina que em nossas experiências, podemos passar por momentos hibernais,
    em que tudo ao nosso redor parece estar frio e aparentemente sem vida.

    Seja por situações de perdas, decepções ou pelo simples desaquecimento da roda da vida, momentos de pausa que chegam e se instalam.

    Nesses períodos, algo de muito belo pode acontecer, se optarmos por resguardar nossos dons preciosos, sem perdermos jamais a Esperança.

    Devemos sim, concentrar nossa energia, até que uma nova brisa possa soprar e anunciar que:

    O gelo vai derreter e a grama verde que havia por baixo dele irá enfim se revelar!!!

    Paulo Ribeiro

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  • TEXTO SENTIDO 031 – Bicho danado
    Sep 14 2020

    No episódio de hoje um texto regional, mais especificamente mineiro, escrito pelo talentoso Renato Castanhari, que confidenciou a Antônio Viviani que o escreveu pensando em como ele o interpretaria.

    O resurtado taí, num bão mineirês, pá mó di ocê oví i sintí, uai!

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    Bicho danado

    Dundia protro
    Vi tudo ferrá
    Um bicho danado
    Chegô sem avisá

    Estorvano todo mundo
    Paradeza geral
    Ô trem cabuloso
    Furdunço viral

    Cadiquê?
    Pra modiquê?

    Disgrama di bicho
    Custoso dimais

    Gastura lascada
    Nun ti guento, uai

    Alquingéu nas mão
    Máscra na cara

    Ninguém na cadavó
    Fica dendicasa

    Vacina tá chegano
    Vamu todos aguardá

    Um cadim di paciência
    Si ispirrá, mió arredá

    A prosa tá boa
    Mas vô pega istrada

    Fica veiáco, Deus ticri
    Deixa passá a boiada

    Amanhã é outro dia
    Tudo vai fica bão
    O final tá logo ali
    Moita aí, seu cagão

    Renato Castanhari

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  • TEXTO SENTIDO 030 – Agostos
    Aug 31 2020

    Neste episódio trazemos um texto de autoria da educadora infantil Miryan Lucy de Resende, que, através de um pedido de Irineu Toledo, nos concedeu autorização para gravá-lo.

    Para ouvir e sentir…

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    Agostos

    “Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!
    Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades.
    Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas.
    Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar
    e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão.
    Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação.
    E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes florescem os galhos. Mas tudo a seu tempo.
    Foi em agosto que descobri que os cachorros loucos são, na verdade, os uivos que não lançamos ao vento.
    São nossos estremecimentos particulares que a nossa rigidez de certezas não nos permite encarar.
    O mês de agosto tem muito a ensinar. Porque agosto é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem.
    Aguardam seu tempo de brotar. Agosto é guardador da boa-nova, preparador de flores.
    Agosto é quando a natureza traduz visivelmente o tempo das mutações.
    Mude, diz agosto, em seu recado de sementes. Aceite, diz agosto, com seu jeito frio de vento que levanta poeira e a faz avermelhar o céu.
    Compartilhe, diz agosto. Agasalhos, sopas quentinhas, cafés com chocolate, abraços mais apertados – eles também aquecem a alma e aninham o corpo.
    Distribua mais afetos, que inverno é acolhimento, é tempo de preparar setembro.
    E, de setembro, todos sabemos o que esperar. Esperamos a arrebentação das cores, que com seus mais variados nomes vêm em forma de flores.
    Vamos apreciar agosto, recebê-lo com o espanto feliz de quem não desafia ventos. Que ele desarrume e espalhe suas folhas e levante suas poeiras.
    Aceite as esperas, mas coloque floreiras na janela.
    Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!”

    Miryan Lucy de Rezende
    Escritora e Educadora Infantil

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  • TEXTO SENTIDO 029 – Lua navegante
    Aug 25 2020

    Mais um texto de Antônio Viviani neste episódio do nosso podcast.

    O autor faz um comparativo do formato da lua crescente com uma gôndola a singrar pelo céu e mexe com a imaginação dos amantes.

    Para os corações românticos ouvirem, navegarem e sentirem…

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    Lua navegante

    A lua de hoje, tal qual uma gôndola a singrar as águas, navega pelo céu e, de sua parte, faz sangrar ainda mais os corações apaixonados.

    Sem dar a mínima para as raras nuvens que ousam tentar apagar seu brilho nem se importa também com as estrelas que brilham tão pouco perto dela.

    É a rainha da noite e assim se porta colocando seus súditos a seus pés.

    E sua viagem é longa. Para aqueles que pensam que aqui só está no início, lá ao leste já está chegando ao fim.

    Ilusório, claro, pois que no ocidente ainda vai começar sua jornada.

    E assim carrega em si todas as paixões desenfreadas e em seu seio as guarda para sempre, pois que volta e meia

    as despeja naqueles corações que tentam esquecer seus verdadeiros amores e que latejam de dor quando isso acontece.

    Vai lua.

    Leva hoje contigo muitas dores e volta amanhã trazendo novos e velhos amores.

    A’Viv
    10.Jun.15
    02h43

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  • TEXTO SENTIDO 028 – As montanhas da minha infância
    Aug 18 2020

    Fernando Prati é um amigo de infância de Antônio Viviani. Moravam na montanhosa Poços de Caldas e na Rua Rio Grande do Norte, na época ainda de terra, brincavam quase que diariamente, como verdadeiros irmãos de infância.

    O texto do episódio de hoje, escrito por ele, reflete praticamente tudo o que viveram, assim como outros bons amigos que com eles conviveram e vivenciaram os bons momentos das décadas de 1960 e 1970. É praticamente o que todos eles sentem ao recordarem suas infância e juventude vividas nas montanhas do Sul de Minas Gerais.

    Fernando escreveu e convidamos você a ouvir e sentir…

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    As montanhas da minha infância

    Uma coisa que eu gosto de fazer é ficar sentado no banco da praça, olhando para aquelas montanhas que rodeiam a minha infância.

    Tem mágica neste olhar. Algumas nuvens tomam a forma da minha imaginação e mostram meus heróis, potentes aviões, cavalos alados,

    tudo que um dia foi sonhado em tempos de fértil adolescência sem compromisso.

    Ah! montanhas que tantas vezes subi até o ponto mais alto; hoje, lá de cima,

    vejo os caminhos que andei, os bailes que dancei as escolas que estudei, os amores que não namorei.

    Este encontro dentro de mim como festa em discoteca faz ter a certeza de que vivendo e sonhando se pode chegar onde cheguei.

    Que a busca é constante e o encontro nem sempre é o desejado, mas se bem olhado é tudo e muito mais que precisei.

    Nunca me senti o gauche que o anjo falou para Drummond, e também nem me chamo Raimundo.

    Sou como sempre fui, lá do interior das Gerais, do interior de mim mesmo, sou de casa, vou chegando seguindo o cheiro do café e o calor do pão de queijo.

    Vou sentando querendo um dedo de prosa e dando gargalhadas com as histórias que vivi.

    E elas continuam lá, as montanhas que rodeiam a minha infância.

    Fernando Antonio de Mello Prati

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  • TEXTO SENTIDO 027 – Sexualidade
    Aug 3 2020
    No episódio 27 do Podcast Texto Sentido falamos sobre o assunto Sexualidade com um texto de Silvio Carlos Ambrosini, mais conhecido como Sivuca. É só clicar, ouvir e sentir… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com. Sexualidade “O que penso sobre o preconceito contra transexuais, Natura e Tammy Miranda. Gostaria de ressaltar que embora devesse, iniciei esse texto com um discreto “O que penso…” e não com um “A verdade é…”. Então se você não pensa assim, paciência, né? Nossa cultura vê o falo como símbolo do modelo masculino, porém um homem não é seu pênis. O gênero não se resume àquilo que está entre as pernas, a genitália. O gênero de uma pessoa é o retrato de uma mente, ou se preferir entender assim, de uma alma. Sendo assim, pessoas que nascem com um sexo e sentem que pertencem, se identificam com este mesmo sexo, como eu e você são pessoas cisgênero. Homens ou mulheres cisgênero, ou apenas cis. Por outro lado existem aquelas pessoas que sentem que pertencem a um sexo diferente do sexo biológico. Estas pessoas são chamadas transgênero. Isso se chama Identidade Sexual, ou seja, o sexo a qual a pessoa sente que pertence. Isso pode acontecer tanto com pessoas de um sexo quanto com pessoas do outro. Estas pessoas podem ser homens trans, como Tammy e vários outros, e também podem ser mulheres trans, como a cartunista Laerte, por exemplo. (lembre-se que Laerte transformou-se após os 65 anos de idade). Quando uma pessoa transgênero decide passar a realmente identificar-se como pertencendo ao outro sexo, essa pessoa passa a ser transexual. Isso pode nunca acontecer, ou acontecer em qualquer fase da vida da pessoa, depende exclusivamente dela, das motivações interiores e exteriores a que esta pessoa está sujeita. Imagine que um número enorme de pessoas trans simplesmente não conseguem sentir-se seguras para assumir seu verdadeiro sexo e não há dúvida que estas pessoas passam por um sofrimento enorme até que esta questão tão grave possa quem sabe um dia, estar finalmente resolvida na vida dela. A essa altura, o pênis ou a vagina, de fato torna-se um detalhe, afinal você não precisa ver o pênis para identificar um homem na rua e nem ver a vagina para concluir que está diante de uma mulher, basta olhar para a aparência. Homens gostam de se parecer com homens e mulheres sentem-se felizes parecidas com mulheres. É claro que isso não é binário, existem muitas graduações de uma ponta desse fio até o outro. De fato, o pênis é hipervalorizado pela nossa cultura, e a verdade é que não importa se um homem trans o possui, pois mesmo sem um, ele ainda será um homem, da mesma maneira que se por exemplo, um homem cis sofrer um acidente e ter seu pênis cortado, ele não se transformará em uma mulher, ao contrário, seguirá sendo um homem, porém um homem sem um pênis. Então, não vem ao caso se Tammy tem ou não pênis, Tammy é um homem trans. Sente-se homem, identifica-se como sendo um homem e ainda por cima é um homem heterossexual, pois casou-se com uma mulher e juntos, tiveram um filho (não vem ao caso de que forma a criança foi gerada, não é mesmo?). Aproveito o detalhe para lembrar que a Identidade sexual não tem relação com a Preferência Sexual. A preferência é assim como diz o nome, com qual sexo a pessoa prefere se relacionar (ir pra cama). Quem prefere pessoas do outro sexo, como o Tammy (porque Tammy é homem) ou como muitos de vocês, são pessoas heterossexuais. Quem prefere pessoas do mesmo sexo como a Daniela Mercury ou eu ou muitos de nós, são pessoas homossexuais. Isso não tem relação com a identidade sexual. Daniela é uma mulher cisgênero homossexual. Há os homens cisgênero heterossexuais, Tammy é um homem transgênero heterossexual. Eu e muitos, somos homens cisgênero homossexuais. Como comentei acima, estas pessoas não têm uma vida nada fácil, especialmente em um país machista e pouco culto como o nosso e são facilmente alvo de intolerância, desprezo e violência todos os dias. Isso é lamentavelmente triste. Em minha opinião, todos os seres humanos são iguais e não cabe a mim ou a ninguém julgar ninguém por acreditar naquilo que sente na parte mais profunda de seu ser. Transfobia, assim como homofobia, racismo ou qualquer outro tipo de preconceito, é uma merda, um inferno, um câncer que arruína nossa condição de seres humanos sociais e são comportamentos que devem ser insistentemente enfrentados e coibidos. Não é suficiente fingir que não viu, que não é comigo, silenciar-se, porque quem cala, consente. Quem se cala diante do preconceito o avaliza. É sim preciso lutar, lutar pelo direito que todas as pessoas têm de serem tratadas como iguais, sejam elas quem forem, com quem ou o que se parecem, que cor têm, ou com quem elas vão para cama.” Silvio Carlos Ambrosini, o ...
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