• 42. O Mito: a perspectiva evolucionista (parte 1)
    Nov 19 2024

    No momento inicial de fundamentação da antropologia, as formas de religiosidade das sociedades australianas, das sociedades africanas e ameríndias atraíram bastante a atenção dos primeiros antropólogos. E dentro do espírito religioso dessas sociedades, eles encontraram um rico e exuberante material mitológico.


    Estamos no universo da Teoria Evolucionista, a primeira escola de pensamento que consagrou a Antropologia no campo das ciências.


    Fazer esta abordagem sobre o Evolucionismo não se restringe a uma questão de erudição, de saber um pouco da história da antropologia.


    De caráter fortemente etnocêntrico, polêmica e bastante ambígua, embora tenha o mérito de ter fundado a antropologia como ciência, essa linha teórica foi responsável pelos principais preconceitos e compreensões equivocadas a respeito das chamadas sociedades tribais (ou sociedades sem estado na África, Américas ou Polinésia, por exemplo) e que ficaram muito enraizados no senso comum (e até mesmo em vários ramos científicos). Muitas das raízes profundas do fenômeno do racismo, por exemplo, também estão ancoradas nesta escola de pensamento que vigorou na Europa e Estados Unidos entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX.


    Neste episódio, mantendo seu caráter introdutório de apresentar a Antropologia para não iniciados e iniciantes, o Antropocast percorre alguns pontos centrais da Teoria Evolucionista no seu escopo geral, preparando o ouvinte para se debruçar sobre a análise do mito segundo esta teoria que virá no próximo episódio.


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  • 41. Mito, Fábula, Lenda e Parábola
    Oct 27 2024

    Quando se consulta o verbete "mito" num dicionário comum (de língua portuguesa, por exemplo), encontra-se, entre outras definições, a definição de mito como sendo "lenda", "fábula". Isso acontece até num dicionário de grego moderno.


    No entanto, se considerarmos que estes quatro termos (mito, lenda, fábula e parábola) se referem a estilos narrativos, estilos de contar histórias, vamos encontrar, tanto em dicionários especializados quanto em alguns autores que se dedicaram a analisar esses temas, diferenças consideráveis.


    A partir desta dúvida que é bastante recorrente, neste episódio é feita uma reflexão sobre as diferenças entre Mito, Lenda, Fábula e Parábola.


    Nossa reflexão aqui tem como fio condutor as análises feitas no campo da teoria literária e também no campo da da antropologia.


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  • 40. Mito ou verdade: um paradoxo aparente
    Oct 19 2024

    Mito, verdade ou fantasia?


    A palavra mito teve sua origem na Grécia antiga.


    Neste episódio, exploramos o seu sentido original entre os gregos e como este termo extrapolou esse sentido original e passou a ter vários outros sentidos, quase sempre associado a algo fantasioso, ilusório ou mesmo "mentira" (como na expressão "mitomania").


    Qual ou quais as verdades do mito?


    Os mitos se circunscrevem a sociedades tradicionais ou estariam presentes também nas sociedades urbanas, industrias e da tecnologia?


    Essas e outras questões são exploradas neste episódio da nossa expedição de navegação pelo território do mito.


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  • 39. Navegando pelo mito e pela mitologia: uma introdução
    Oct 13 2024

    Iniciando nossa terceira expedição, vamos começar a explorar um tema fascinante: o mito.


    Vamos percorrer densas florestas e grandes trilhas do mito e da mitologia, a partir da ótica da Antropologia. Em cada episódio, uma abordagem diferente e instigante que procurará contribuir para a ampliação do entendimento do mito como um fenômeno cultural e complexo.


    Ancoramos nesta grande ilha, repleta de trilhas que devemos explorar a cada episódio. Nossa pergunta âncora geral, que vai nos orientar nos vários episódios desta expedição, é a seguinte: como a antropologia vem pensando o mito como fenômeno cultural?


    A partir desta pergunta geral, vamos aprofundar em algumas abordagens específicas, incluindo aí diálogos com a psicanálise, com a semiótica, e outras áreas afins.


    Aqui nesta primeira parada, vamos conversar sobre os três episódios anteriores. As histórias sobre a criação do mundo que foram narradas. Estas histórias se situam, dentro do grande universo do mito, como mitos primordiais, dos quais os demais derivam. O que são exatamente as sagas cosmogônicas (ou cosmogonias)? O que elas revelam sobre os grupos sociais que as criam? Qual a sua importância para nós, seres humanos?


    A partir destas reflexões, seguiremos refletindo sobre este fenômeno que encanta a tanta gente!


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  • 38. Cosmogonias e Antropogonias. Capítulo 3.
    Oct 7 2024

    Com este episódio, encerramos a série de três capítulos com narrativas de sagas cosmogônicas e antropogônicas segundo várias tradições culturais.

    A partir do próximo episódio, iniciaremos uma série de análises sobre o fenômeno do mito a partir da ótica a Antropologia e de algumas áreas ciências humanas.


    Neste episódio são narradas as seguintes histórias.


    1. Cosmogonia maia

    Narração: Christiane Coutheux

    Texto compilado e adaptado de Popol Vuh – Popol Vuh: o esplendor da palavra antiga dos Maias-Quiché, tradução crítica de Josely Vianna Baptista; Maya Mythology: Myths and Folklore of the Mayan Civilization, de Sebastian Berg.


    2. Cosmogonia japonesa

    Narração: Guilherme Umeda

    Texto compilado e adaptado de Kojiki: Mitología japonesa, Dioses y Emperadores, de Kevin Tembouret; Mitología japonesa: Leyendas, mitos folclore del Japón antiguo, de Masaharu Anesaki; As melhores histórias da mitologia japonesa, de Carmen Seganfredo.


    3. Cosmogonia celta.

    Narração: Christiane Coutheux

    Texto compilado e adaptado de O Livro Da Mitologia Celta, de Claudio Crow Quintino; Celtic Mythology, de J. A. MacCulloch; Os mitos celtas: Um guia para deuses e lendas antigas, de Miranda Aldhouse-Green e Caesar Souza.


    4. Cosmogonia inca.

    Narração: Veronica Goyzueta

    Texto compilado e adaptado de Incan Mythology and Other Myths of the Andes, de Gred Rosa; Mitología Inca: el pilar del mundo, de Javier Tapia e Handbook of Inca Mythology, de Paul Steele


    5. Cosmogonia Hindu.

    Narração: Rose Figueiredo

    Texto compilado e adaptado de Classical Hindu Mythology: a Reader in the Sanskrit Puranas, vários autores. Handbook of Hindu mythology, George Mason. As Melhores Historias Da Mitologia Hindu, de Ademilson Souza Franchini e Camen Seganfredo.


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  • 37. Cosmogonias e Antropogonias. Capítulo 2
    Sep 29 2024

    Neste episódio, o segundo da Terceira Expedição, vamos ouvir mais algumas histórias de criação da mundo e da humanidade, segundo algumas tradições culturais.


    1. Cosmogonia Yanomami

    Narração: Rose Figueiredo.

    Texto compilado e adaptado de A queda do céu, Davi Kopenawa Yanomami e Bruce Albert.


    2. Cosmogonia Judaico-Cristã.

    Narração: Fred Lucio

    Texto compilado e adaptado de A Bíblia Hebraica (Tanah); A Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas.


    3. A queda da humanidade na tradição judaico-cristã.

    Narração: Fred Lucio

    Texto compilado e adaptado de A Bíblia Hebraica (Tanah); A Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas.


    4. Cosmogonia Viking.

    Narração: Guilherme Umeda

    Texto adaptado da Edda em Prosa (ou Edda de Snorri), de Snorri Sturluson; Edda Poética, anônimo; Mitologia Nórdica, de Neil Gaiman.


    5. Cosmogonia Grega.

    Narração: Christiane Coutheux.

    Texto compilado e adaptado da Teogonia e Os Trabalhos e os dias, ambos de Hesíodo; A Ilíada e A Odisseia, ambos de Homero; Os Mitos Gregos, de Robert Graves; Mitologia Grega, Junito de Souza Brandão; Mito e Pensamento entre os Gregos, Jean-Pierre Vernant.


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  • 36. Cosmogonias e Antropogonias. Capítulo 1
    Sep 23 2024

    Com este episódio, o Antropocast entra em sua Terceira Expedição: uma viagem de navegação pelo universo fascinante do mito e da mitologia, numa abordagem antropológica.

    Começamos com três episódios com narrativas de criação do mundo (Cosmogonias) e do ser humano (antropogonia) segundo várias tradições antigas espalhadas pelo mundo.

    As narrativas selecionadas para esses três primeiros episódios da série foram concebidas como ilustrativas de análises e reflexões que virão pela frente.

    Ante ao vastíssimo corpo de mitos disponibilizado em formato digital ou impresso, foram selecionadas 14 narrativas que foram compiladas e adaptadas a partir das várias fontes consultadas (primárias e secundárias). Após esses três episódios, entraremos numa reflexão sobre como o problema do mito foi tratado ao longo da tradição de formação da antropologia. Vamos aproveitar para detalhar as diferenças entre as abordagens mais significativas para a construção de uma leitura contemporânea sobre o fenômeno do mito.


    Começamos, neste episódio, com cinco versões dos mitos de criação e/ou épicos (heroicos) segundo as tradições indicadas abaixo e suas respectivas fontes de adaptação livre.


    1. Cosmogonia Apapocuva Guarani.

    Narração: Guilherme Umeda

    Texto compilado e adaptado de A Lenda da Criação e Destruição do Mundo como fundamento da religião dos Apapocuva Guarani, de Curt Unkel Nimuendaju; Ayvu rapyta: textos míticos dos mbyá-guarani, de León Cadogan; Aspectos fundamentais da cultura guarani, de Egon Schaden; A fala sagrada: mitos e cantos dos indios guarani, de Pierre Clastres; A Terra Sem Mal: o profetismo tupi-guarani, de Hélène Clastres.


    2. Cosmogonia suméria (Babilônia antiga).

    Narração: Christiane Coutheux

    Texto adaptado de Enuma Elish, A criação épica da Babilônia. Anônimo. Edição consultada: The Standard Babylonian Creation Myth, de Philippe Talon.


    3. A epopeia de Gilgamesh

    Narração: Guilherme Umeda

    Texto compilado e adaptado de Ele que o abismo viu: Epopeia de Gilgamesh, de Sin-leqi-unninni.


    4. A história do dilúvio - tradição suméria

    Narração: Celso Cruz

    Texto compilado e adaptado de Ele que o abismo viu: Epopeia de Gilgamesh, de Sin-leqi-unninni.


    5. Cosmogonia yorubá.

    Narração: Marcos Silva e Silva

    Texto compilado e adaptado de Lendas Africanas dos Orixás, de Pierre Verger; A Sabedoria dos Orixás, de Reginaldo Prandi; Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi.

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  • 35. Reflexões sobre o Totemismo
    Sep 1 2024

    O que poderia haver em comum entre o Totemismo e a sociedade de consumo?


    O fenômeno do totemismo foi uma das primeiras manifestações culturais analisadas pela nascente antropologia no século XIX e que despertou um grande debate acerca da condição humana.


    Inicialmente foi identificado como uma manifestação religiosa, fundada num misticismo pueril e irracional. As sociedades então chamadas "totemistas" foram classificadas como intelectualmente indigentes, estando na "infância mental da humanidade".


    Como reação a esta visão etnocêntrica, o funcionalismo identificou no totemismo um princípio de classificação que atenderia a uma função de organização social.


    Estas visões foram questionadas pelo estruturalismo que enxergava no fenômeno uma organização do pensamento que manifesta uma sofisticada lógica simbólica que, abusando da linguagem figurada, tematizava a relação Natureza e Cultura.


    Dos estudos sobre Religião, passando pela psicanálise, a epistemologia e a ontologia, o totemismo tem sido um fértil terreno para se pensar diferentes aspectos das culturas humanas.


    A partir dos anos 1980, antropólogos como Marshall Sahlins, Everardo Rocha e Roberto Da Matta, mostraram que, guardadas as devidas proporções, intensidades e formas, o totemismo está muito presente nas sociedades urbanas e industriais.


    Utilizaram os princípios do totemismo para analisar aspectos simbólicos do sistema capitalista, como a publicidade e o consumo.


    Desta forma, o fenômeno extrapola as chamadas sociedades tradicionais - onde ele foi identificado e analisado inicialmente - e se revela igualmente presente, de forma ressignificada, reelaborada e atenuada, em nossa sociedade industrial.


    Afinal, o que é o fenômeno do totemismo e qual sua importância para as ciências humanas, e a antropologia em particular?


    O que ele fala sobre nós, seres humanos?


    É um fenômeno cuja abrangência se circunscreve às sociedades onde ele foi documentado de forma plena, ou ele encontra ecos e reverberações em nosso mundo urbano e industrial contemporâneo?


    São alguns aspectos pensados neste episódio.


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    54 minutos