A menos de um ano das eleições municipais, governo e oposição deixam à mostra suas estratégias para garantir o maior número possível de governos locais e comandos de Câmaras Municipais. No caso do governo federal, o Palácio do Planalto tem usado os meses finais de 2023 para estreitar suas relações pelo país. Um instrumento para isso é a chamada "caravana federativa", formada por representantes de ministérios e órgãos públicos, que tenta levar serviços e orientações aos municípios e, em consequências, pavimentar a relação com os políticos locais. A resposta da oposição, capitaneada pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, foi imediata. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, barrou a participação de filiados nos atos do governo federal, depois que vários de seus aliados foram vistos nos comícios. O Planalto, por sua vez, nega que a iniciativa tenha caráter eleitoral, apontando que o objetivo oficial é facilitar o trabalho da burocracia local e destravar projetos. O objetivo do PL é ambicioso para 2024: conquistar mais de mil prefeituras pelo país, mas ainda não se sabe qual papel o ex-presidente Bolsonaro terá na campanha. Ele é alvo de uma série de processos, incluindo os relacionados aos ataques de 8 de janeiro em Brasília, e ainda não se sabe a extensão dos danos à imagem dele e da própria oposição. Já o PT tentará se recuperar do mau desempenho em 2020, quando não elegeu nenhum prefeito de capital e conseguiu apenas 183 municípios, ficando atrás de dez outros partidos. A prioridade é ter candidatos próprios em municípios com mais de 100 mil habitantes, porém também sinalizou que vai apoiar aliados em capitais como Rio, onde o apoio deve ser a Eduardo Paes (PSD), São Paulo, com apoio a Guilherme Boulos (PSOL), e Recife, com o atual prefeito, João Campos (PSB). Nesta quarta-feira, o último Ao Ponto analisa as ações de Lula na tentativa de ampliar sua base de apoio entre os municípios, e também como a oposição pretende reagir. No episódio, o repórter Bruno Góes, da sucursal de Brasília, explica o que são as caravanas federativas, e o cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, destaca a importância das votações municipais, especialmente para o chamado Centrão.
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