• EP#36: A desinformação na tragédia do Rio Grande do Sul

  • Jun 26 2024
  • Duração: 1 hora e 3 minutos
  • Podcast

EP#36: A desinformação na tragédia do Rio Grande do Sul

  • Sumário

  • Apresentação: Ana Frazão / Caitlin Mulholland

    Produção: José Jance Marques

    As fortes chuvas no Rio Grande do Sul começaram em 27 de abril e se intensificaram em 29 de abril, afetando mais de 400 cidades, especialmente nas regiões do Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari e a região metropolitana de Porto Alegre. Este é o maior desastre climático da história do estado, sendo a quarta tragédia em menos de um ano.


    Mesmo diante do estado de calamidade pública, reportagens investigativas e iniciativas de checagem de fatos têm apontado para a ampla circulação de conteúdos desinformativos. Essa desinformação atrapalha os trabalhos de assistência à população afetada pelas enchentes e é utilizada por personalidades para lucrar com a tragédia, obter engajamento ou apoio político. As plataformas digitais são co-responsáveis pela falta de transparência e por não revelarem os dados dos responsáveis pelos anúncios suspeitos. Empresas internacionais também contribuem permitindo o registro de sites anônimos usados para fraudes.


    Uma pesquisa recente promovida pelo Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais e a Universidade Federal do Rio de Janeiro analisou a desinformação envolvendo a emergência climática no Rio Grande do Sul em publicações nas redes sociais e fraudes em anúncios do Meta Ads.


    Influenciadores, sites e políticos de extrema direita têm utilizado a comoção gerada para se autopromover e espalhar desinformação. Entre as principais narrativas estão a afirmação de que a resposta governamental tem sido insuficiente, a negação da relação entre os eventos e as mudanças climáticas, e a inserção da tragédia em teorias da conspiração. A atuação desses grupos é multiplataforma, amplificando suas mensagens para um público maior e dificultando os esforços de socorro e recuperação.


    Segundo a pesquisa, a desinformação foi disseminada de maneira orquestrada através de diversas plataformas, incluindo redes sociais, vídeos, imagens e conteúdo pago nos anúncios do Meta Ads. Influenciadores beneficiam-se dessa orquestração multiplataforma, amplificando suas mensagens para um público maior.


    A pesquisa identificou 351 anúncios fraudulentos realizados por 186 anunciantes. Esses anúncios utilizaram técnicas de engenharia social para promover produtos e informações falsas, visando obter renda ilegal e causar danos patrimoniais e morais. Sites falsos de arrecadação, imitando o layout do site Vakinha, foram utilizados para fraudar doações.


    A pesquisa sugere que a falta de regras claras para o ambiente online facilita a disseminação de desinformação e fraudes. Recomenda-se uma maior transparência e responsabilidade das plataformas digitais e empresas internacionais que permitem o registro de sites anônimos, além da necessidade de políticas públicas robustas para prevenir e combater a desinformação climática.


    No episódio de hoje vamos abordar o impacto da desinformação no enfrentamento de calamidades públicas como a que estamos enfrentando no Rio Grande do Sul. Para falar dos desafios do ponto de vista do governo, temos um convidado especial: o coordenador nacional do programa “Brasil Contra Fake”, George Marques.


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