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  • Podcast do Instituto Claro tem como missão aliar as tecnologias da informação e da comunicação à educação e ao desenvolvimento social. A organização é o resultado da união realizada em setembro de 2013 entre o Instituto Embratel e o antigo Instituto Claro.
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Episódios
  • Professora aponta 5 dicas para uma educação antirracista na escola
    Jul 30 2024

    Autora do livro “Lute como uma professora negra” traz caminhos aos docentes

    A professora de educação infantil da rede pública de São Paulo Josy Asca está lançando seu terceiro livro. Depois de dois títulos destinados à educação antirracista voltados ao público infantil, ela se dirige a colegas de profissão em “Lute como uma professora negra”.

    “Para a gente falar de educação antirracista, a gente precisa entender um pouco do racismo, então eu trago minhas histórias, situações que eu passei, de como eu vivenciei o racismo desde criança até a fase adulta. Como foi ingressar na escola sendo uma professora negra, que não é fácil”, resume.

    A motivação para o livro vem da própria vivência da escritora, já que teve de lidar com o racismo desde criança. “A minha infância na escola não foi das lembranças mais bonitas que eu poderia ter. Sofri muito racismo, e naquela época a gente não tinha com quem conversar. O negro não tinha a voz que ele está tendo hoje. Eu não conseguia falar em casa porque os meus pais também eram reprimidos. Desde o jardim da infância até o período da minha graduação, eu não tive nenhum professor negro, por isso que eu trabalho tão duramente hoje em dia, para que as crianças não passem pelo que eu passei”, revela Asca.

    Educação antirracista

    O livro “Lute como uma professora negra” traz, além da história da autoria, métodos para uma educação antirracista. No áudio, você acompanha cinco atividades e propostas que têm o objetivo de promover um ambiente mais igualitário na escola. “Nesse livro eu trago também algumas dicas de vivência em sala de aula que eu tive com as crianças e que deram certo”, aponta.

    As cinco dicas que a professora e escritora compartilha na entrevista são:

    1) Realização de assembleias com crianças a partir de três anos de idade;

    2) Valorização da representatividade a partir de personalidades negras de diversas áreas;

    3) Encenação de peças de teatro a partir de obras literárias escritas por pessoas negras;

    4) Leitura de obras que têm protagonismo negro;

    5) Promoção de eventos e festas com manifestações das culturas afro-brasileira e africana.

    Crédito da imagem: divulgação – Expo Favela 2024

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  • “Divertida Mente” estimula diálogo sobre as emoções entre adultos e crianças
    Jul 24 2024

    Para especialistas, animação conecta os dois públicos para debater temas complexos com leveza

    Na nova animação de “Divertida Mente”, Riley, que está com 13 anos, tem sua mente transformada em uma sala de controle em que são observadas ações importantes para a protagonista, como jogar hóquei e as relações com as amigas. A partir do que vive, a agora adolescente passa a lidar com a Vergonha, a Inveja, o Tédio e a Ansiedade. Para o psicanalista Christian Dunker, animações e filmes como esse podem ser uma boa forma de estimular a conversa sobre temas difíceis com crianças e adolescentes.

    “O cinema, enquanto fusão de diferentes linguagens – você tem a dramaturgia, a música, a literatura, pintura ou cenografia –, é excelente, justamente porque permite essa hierarquização, mudança de patamar de linguagem e, ao mesmo tempo, uma espécie de convergência entre esses níveis de signos diferentes, o que favorece muito para a função que a gente diria assim, formativa, das narrativas para a nossa subjetividade”, afirma.

    Para Dunker, a primeira animação de “Divertida Mente”, lançada em 2015, já permitia que se estabelecesse um diálogo sobre emoções com as crianças. “Você tem a zona de controle, você tem os afetos disputando entre si quem é que manda, você tem representações imagéticas para cada um dos afetos. Isso tudo vai produzindo efeitos de reacomodação e de visualização, necessários para a gente poder tematizar melhor conflitos, experimentar melhor certas emoções e, principalmente, perceber como as emoções se produzem a partir de afetos, e elas são negociadas na forma de sentimentos sociais”, analisa.

    O psicólogo e terapeuta de casais e de família Alexandre Coimbra Amaral concorda que “Divertida Mente” gera uma conexão entre adultos e crianças ou adolescentes. “Então a parte mais divertida, mais da ação, as crianças adoram; e tem essas surpresinhas que têm a ver com as neuroses adultas. O “Divertida Mente” oferece isso como um prato cheio, dando uma amostra muito fidedigna da complexidade do nosso funcionamento mental e emocional. É um desenho que abre portas para o diálogo”, defende.

    O especialista traz dicas de como o adulto pode iniciar a conversa com a criança ou o adolescente. “Pode ser a partir de uma história que você viveu, como memória que o filme te lembrou, pode ser a partir da cena da personagem principal, perguntando se o filho ou filha se coloca naquele lugar, se sente parecido com ela em alguma coisa. E, sendo bem coerente com o filme, deixar escorrer a emoção. Então, se você tiver que falar do medo, poder assumir os seus medos. Se você tiver que falar da tristeza, poder assumir uma tristeza ou contar uma cena em que você foi visitado pela ansiedade”, explica Amaral.

    Crédito da imagem: Tara Moore – Getty Images

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  • Fuvest 2025: “A ilustre casa de Ramires” contrapõe auge e decadência da monarquia portuguesa
    Jul 23 2024

    Livro de Eça de Queiroz usa metalinguagem para retratar a aristocracia, seus costumes e valores

    “A Ilustre Casa de Ramires” está na lista de leituras obrigatórias para o vestibular da Fuvest 2025. De publicação póstuma, o romance lançado em 1900 é um dos livros de destaque da obra de Eça de Queiroz.

    “No final da carreira, sem deixar de lado a sua convicção realista, ele combina um pouco desse realismo com uma dose de fantasia. E ‘A Ilustre Casa de Ramires’ é uma das obras que pertencem justamente a essa última fase dos romances do Eça de Queiroz”, explica o professor de literatura Eduardo Calbucci.

    O livro traz um retrato da decadência da nobreza lusitana a partir de um contraponto entre os valores de um país monarquista e os acontecimentos a partir de meados do século XIX. “Portugal passava por um momento histórico que acaba levando o país a abandonar a monarquia. O Eça vai viver nesse momento de decadência da monarquia portuguesa. E houve um acontecimento chamado ‘Ultimatum’, que se deu aí em 1890, um conflito que não se torna uma guerra, com os ingleses. Houve esse conflito, e Portugal teve que ceder. Foi considerado por alguns uma espécie de vergonha diplomática e acabou enfraquecendo justamente essa força da monarquia, dando origem à Proclamação da República em Portugal, em 1910”, analisa o professor.

    Metalinguagem

    Calbucci chama a atenção para o recurso da metalinguagem. Em “A Ilustre Casa de Ramires”, o protagonista está escrevendo um romance histórico, o que permite que a obra tenha como destaque o próprio ato da escrita.

    “Em muitos momentos, a gente vai vendo o Gonçalo [protagonista da história] escrever, e cada vez que ele escreve o Eça coloca o texto, e a gente vai tendo essas pontes entre o século XIX e o século XIII. Então, o romance faz essa problematização histórica, e a gente tem, do ponto de vista discursivo, essa complexidade de uma história dentro da outra”, explica.

    Crédito da imagem: Fabien – Pixabay

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